Da Presença

Errado falar que não está mais entre nós. Muito pelo contrário, está presente e enraizado, em cada careta, cada mania, cada bordão que carregaremos para todo o sempre, ainda que esqueçamos, basta haver um reencontro e todos lembraremos que almoço antes de meio dia é café da manhã. E todo o resto. Não sou desses que acha que todo mundo fica perfeito depois que parte, mas… O Erick tinha defeitos? E quem não tem. Mas tinha qualidades que superavam tudo isso. Era uma peça fundamental num dos ciclos de amigos que fiz na faculdade, sempre catalisando muitas risadas, piadinhas e até músicas! Mas não só com meus amigos, muitas vezes, era através da presença dele  que tinha conversas reais com pessoas com quem, geralmente, não passava de bom dia.

Hoje, vejo nos corredores da vida, gente pagando e vendendo ajuda na faculdade. Ou sou muito ultrapassado, mas acho isso uma grande vergonha. Muitas vezes, a gente pode até ficar com preguiça de explicar uma coisa para alguém, mas com esse grande homem, sentia que também eu deveria me esforçar para explicar matéria aos outros, mesmo aqueles que só falam contigo quando precisam de algo…

1 ano atrás, recebia um telefonema chato. Que eu queria que fosse culminar numa visita ao hospital, dar um abraço de força, mas infelizmente não deu. E, numa fase que já havia acontecido outras coisas chatas, esse fato finalmente me fez ruir em lágrimas e derrubou a fortaleza. E foram semanas de incredulidade, de pesadelos. De passar por lugares e virem lembranças, mesmo sendo lugares triviais, de estar todos os dias passando lá. De ficar revoltado de tudo terminar numa nota obscura no site de um jornal, sem ao menos ter se dado ao trabalho de digitar seu nome corretamente.

Sempre me considerei com muita sorte de tê-lo como amigo. Só não era legal jogar no mesmo time que ele no futebol, mas fora isso, foi uma excelente dupla de Fisquiexp, quando a gente fazia bolão pra saber que horas os espertalhões da turma iam terminar o experimento. Era uma proteção. Fico feliz por ter um dia, mesmo já tendo almoçado, tê-lo acompanhado e percebi que ele ficou realmente agradecido pela companhia.

Enquanto tivermos incorporadas as manias que pegamos com o contato dessa mente criativa e inquieta, vamos deixá-lo vivo, sem dúvidas. Ainda que eles não esteja para xingar aqueles que nos ferem. Deixo, então, minha homenagem com essa banda que ele me perturbou  tanto para ouvir e que, hoje, gosto muito (outra foi o Machine Head), embora muito provavelmente, não era essa a sua música favorita deles, muito calminha… Sem mais, sinto a falta…

Deixe um comentário