Racionamento, Favela e Bolsonaro

Vou fazer aqui meu “giro” de coisas que ouvi hoje e que me deixaram indignado (compensando, portanto, a falta de giro na quinta pelo motivo de esquecimento de comprar o jornal).

Logo de manhã, descobri que mudanças na conta de luz estavam por vir. Agora de noite, descobri que se trata de um acréscimo no valor da conta por uma certa fração de energia gasta nos meses em que as hidroelétricas estiverem com menor vazão. Não é nada além de uma aplicação da Lei da Oferta e da Procura, da Economia, onde a demanda (consumo) é diminuída artificialmente se os preços aumentarem (acréscimo na conta), já que a oferta (energia nas hidroelétricas) será menor . Mas, por trás disso, acredito que sejam os mesmos problemas que nos trouxeram o racionamento, mas com uma solução diferente (e mais sutil, conseqüentemente, menos alarmista e mais bem aceita pelo povão): falta de um plano energético, falta de investimento em novas matrizes e a arte de levar tudo nas coxas. E aí está, apesar da diminuição (a sua conta diminuiu? a minha não…) na conta de luz, imposta pela presidente, o racionamento vai se revelando.

Ainda na vibe do racionamento, a reportagem do Jornal Nacional cometeu um erro de física básica, mostrando a unidade de Killowatt-hora como sendo kW/h.

killowats por hora

A segunda notícia diz respeito a um motorista que entrou “acidentalmente” na favela Vila do João e acabou baleado (e provavelmente, morrerá). As notícias chovem com opiniões contrárias à hipocrisia de que não devemos suspeitar do morador de favela, que o “morro” e o “asfalto” devem conviver, sem preconceitos. O que se fala é justamente o contrário, que “as ruas devem ser bem sinalizadas (até aí concordo) para evitar que pessoas se percam e acabem parando em lugares perigosos”. Então, o certo seria uma placa como a de baixo?

vila_do_joao_prerigo

Não acho que o cidadão tenha se perdido, a Vila do João é um lugar para se fazer retorno para a Avenida Brasil sem ter que pegar muito chão, considerando a situação que foi descrita: ele estava em direção ao Aeroporto, mas quis voltar para o sentido Barra, é bem plausível que tivesse entrado na favela apenas para pegar a Avenida Brasil e voltar. Então quer dizer que devemos desconfiar de bandidos ao pegar vias públicas? No horário de rush, muitos carros passam pela favela vizinha, a Maré e nunca vi nada suspeito. Segundo o Rodrigo Pimentel, comentarista de tiroteio da Globo, o morador do local já sabe o que fazer quando entra na favela: desligar o farol e abaixar os vidros. Não creio que o traficante vá ficar tomando conta de todo carro que entra, se ainda fosse um beco, mas era a via principal da favela…

Por fim, deixo a imagem para reflexão. bolsonaro

A notícia pode ser vista aqui, aqui e aqui. Algumas dúvidas: não é proibido comprar fogos de artifício? Ele não deveria estar em Brasília? Já não está na hora desse rapaz ir para uma casa de repouso descansar um pouco e receber remedinhos?