Pela interdição do elevado do Joá

Se é pra interditar o eleado do joá, interdita a cidade toda logo. Aí sim sou favorável. Casos de bala perdida na região próximo ao Lins merecem que as ruas do grande Méier e a Grajaú-Jacarepaguá sejam interditadas… Afinal, temos risco de morte também, ao passar por lá. Também a Avenida Automóvel Clube, com suas vigas expostas, deveria ser interditada. Aliás, a própria avenida brasil e sua buraqueira provocam alto risco. Fechemos a Brasil também. Vamos demolir e contruir vias decentes. Porque a operação asfalto liso já se mostrou uma piada.

A questão não é que eu seja contra a demolição do elevado do joá. Sim, eu passo lá e pode ser que um dia caia de lá. Mas, justamente por precisar dele, sei que não há alternativas viáveis. E, infelizmente ou felizmente, esta é uma cidade que não pára. Não podemos demolir a única ligação expressa Oeste-Sul. Assim como não podemos interditar a Brasil, nem fechar o túnel Rebouças… Infelizmente, essa questão requer medidas temporárias enquanto uma definitiva é pronta – criar uma via alternativa, não sei como (deixo pros engenheiros civis comentarem), paralela às pistas, o que liberaria a demolição e reconstrução, levando um bom tempo, de fato – ou então deixar o defeito de lado e fazer algo definitivo – poderíamos ficar sem a via se a linha 4 do metrô estivesse pronta e funcionando, indo muito além do Jardim Oceânico.

Porém, como a linha 4 só fica pronta pra lá de 2016, a única alternativa Barra-São Conrado continua sendo o elevado. Seja de carro ou de ônibus . De fato existe uma alternativa, a estrada do Joá, uma serra que liga a região da Barrinha e Itanhangá a São Conrado. Porém, além de ser serra íngrime, tem muitas cuvas e apenas uma pista pra cada sentido. Apenas uma linha de ônibus faz esse percurso, a 557. Agora, imaginem que o trânsito fosse desviado por essa via. Só quem conhece, sabe que é inviável: a Barrinha tem ruas estreitas, não dá conta nem do trânsito atual. E o grosso do trânsito não segue para Jacarepaguá, mas vai para a Barra e Recreio, ou seja, as pessoas precisariam fazer um contorno para pegar a Avenida Ministro Ivan Lins absurdo (quem já pegou as linhas de ônibus Alto da Boa Vista x Barra sabe que essa volta é um saco).

Então, levanto as questões: por onde as linhas de ônibus passariam e quais as alternativas restantes para o motorista (que, definitivamente, não vai pegar 465 lotado). Levando em conta que elas devem passar em São Conrado e na passarela da Barra, pra não prejudicar os passageiros, só restariam dois caminhos: a estrada do Joá, que, como já disse, é inviável, ou a Estrada da Pedra Bonita, subindo o Alto e descendo no Itanhangá, inviável pelo mesmo motivo. Naturalmente, ninguém de carro se atreveria a pasar por São Conrado, provavelmente indo pelo túnel Rebouças e Linha Amarela ou Grajaú-Jacarepaguá.  A amarela tem pedágio ambas já tem retenções em seu estado normal (com água caindo, pior ainda), na Grajaú teria o agravante de que o trânsito morreria na já engarrafada Freguesia.

Em conclusão, digo que o problema – e quem quer o ponha abaixo há de concordar – é a história de más administrações, é até um mérito deste governo atual (que critico diariamente) que tenha feito o estudo para avaliar a situação. Não sei ao certo se a motivação foi pressão da imprensa ou se realmente foi um mérito do Eduardo Paes. Às vezes, esse prefeito me parece sádico, apenas mostra o problema pra não resolver (Joá, proteção de monumentos devido ao carnaval, mas esse merece outro post) ou provoca um problema pra ver se até quanto as pessoas aceitam ser sacaneadas (aumento de passagens)…

História a parte, estamos com o problema agora… O que fazer? Poderiam adiantar a obra do metrô, criar alternativas pelo mar. Medidas têm que ser tomadas. Mas não podemos ser extremistas a ponto de querer interdição de algo assim importante. Como disse no começo, sou sinceramente favorável a interdição da cidade toda. A cidade fica em estado de quarentena. É nessas horas que falta um furacão ou um terremoto pra derrubar tudo de uma vez e colocar tudo de pé de novo. Só assim, porque, no país do jeitinho, vai-se levando nas coxas até onde não há mais solução.