Barulho: Prejuízo indireto

Já sabemos que o barulho lidera queixas pro 190 e que muita gente precisa se tratar por conta disso. Então, é só juntar os dois problemas e certamente, nossa rede pública de saúde – já congestionada – acaba por receber uma demanda por esses tipos de problemas. A falta de sono fragiliza a saúde e, especialmente em favelas, já existem os problemas de saneamento e lixo, suficientes para transmitir doenças, então, ainda mais esse problema.

Existem nove técnicos da Prefeitura encarregados da fiscalização na cidade inteira e apenas sete decibelímetros, equipamentos usados para registrar os níveis de ruído [http://envolverde.com.br/ambiente/urbano/rio-2016-capital-mundial-do-barulho/], o que mostra um total descaso com esse problema. Descaso que não condiz com a demanda da população que – sim, existem pessoas que exigem seus direitos – pede ajuda como pode e que acaba por trazer prejuízos para a saúde da população – e, conseqüentemente, para os bolsos da prefeitura, de qualquer maneira. Dinheiro seu, meu, enfim, do Eduardo Paes, é  gasto para auxílio de tratamento de doenças provocadas pelo barulho. E, tal qual o investimento em educação reduz o gasto com criminalidade, o investimento em educação diminui o gasto com saúde: tanto na água parada, como no lixo que vai parar nos esgotos e, finalmente, o barulho alto. Entretanto, temos a tendência generalizada de pensar em curto prazo e de ficarmos satisfeitos que medidas corretivas sejam feitas, quando as antecipatórias saem mais barato e são mais eficientes. Veja, não dá para tratar toda uma população com problemas de audição e de sono. A exemplo da Farmácia Popular, a medida antecipatória é melhor que o tratamento em emergências.

O malandro que está aí colocando música alta não sabe que tá levando prejuízo, tá pagando o meu, o seu, o nosso tarja preta pelo sistema público de saúde e que está estragando a própria audição. E, para pôr uma cereja nesse bolo, temos ai as campanhas políticas. Perceba que é proibido o uso de carros de som para informes publicitários, só para propaganda política, o que, por si só, já é uma tremenda de uma putaria. E, claro que os informes publicitários acontecem e, somando-se a eles, tem as infinitas musiquinhas de candidatos. Isso é POLUIÇÃO SONORA, mas temos uma população de imbecis que vão votar em quem berrar mais alto, não duvido nada que votem porque a porra da musiquinha ficou na cabeça, vocês são o quê, cachorros? Infelizmente, são proibidos animais nessa seção eleitoral, retire-se por favor. O cara é hipnotizado, velho. Imagina se fizessem o que fazem no Admirável Mundo Novo ou no 1984 de verdade . Mas estamos nos encaminhando para isso, temos uma população que vota na musiquinha que se prendem no seu cérebro vazio que acha que eu quero tchutcha é música, e você ainda acha que meu voto vai mudar alguma coisa pufff…

Música alta é brega. Além disso, traz prejuízos na saúde e no bolso do cidadão que, apesar de pensar que o hospital é de graça, não dá pra exigir muito, nada é de graça. Essa devia ser a lição ensinada em todas as escolas públicas desse país, como me foi ensinado no primeiro dia de aula na digníssima Universidade do Brasil. E, se continuarmos caminhando nesse ritmo, os problemas vão ficar sérios de verdade, sobrecarregando instituição que já são ocupadas com coisas demais (saúde e polícia)