Programa Bairro-Favela

Depois do programa Favela-Bairro da administração anterior, temos na atual administração o programa Bairro-Favela.

A propaganda de Eduardo Paes diz “não tenho mais vergonha de dizer que sou da favela” ou algo do tipo. Graças a esse programa. Nesses últimos 4 anos, tudo virou favela, fomos nivelados por baixo. Houve um descaso generalizado com a expansão e com a falta de educação das pessoas e chegamos ao ponto em que condomínio e favela, trem e metrô, todos estão muito à vontade. Não tem vergonha de dizer que mora na favela, claro, fez-se uma glamourização do lixo, ser favelado é chique.

Às vezes eu culpo o minha casa, minha vida, os miseráveis se envolvem em dívidas a perder de vista, mas conseguem comprar uma casa num lugar decente e vêm atazanar a vida de quem queria sossego. Ás vezes, culpo o ser humano mesmo, com sua tendência a ser folgado, e à tecnologia, que, mal usada, permite a esses humanos folgados fazer a farra que quiser.  Enfim, este é o programa Bairro-Favela, nivelando por baixo a educação do povo carioca.

É, cada povo tem o Eduardo Paes que merece.

Uma desagradável experiência no Metrô Rio

Ontem fui em Botafogo para lembrar o quão ruim é chegar em Botafogo, sair de casa pela primeira vez desde que fiquei em estado de lixo humano, papear com amigos e ver beldades zona sulescas. Na ida, eu poderia ter ido por Ipanema, mas quis ser malandro e decidi ir pelo Jardim Botânico, desci na Alvorada e para nossa alegria, havia um 179 (309) parado. O terminal da Alvorada tá um lixo total, todo cheio de obra, improvisado e achei os pontos mal distribuídos, 691 e 692 em baias diferentes e o próprio 309 bem longe do 524, daí você tinha que escolher um e tentar a sorte (e chorar ao ver o outro chegando no ponto e você perdê-lo). Quando ia me adentrar ao 309 (mentira, nem ia adentrar, mas ia ficar na fila), vi que havia um som e percebi que, no banco do motorista, havia um RÁDIO ou coisa desse formato. Trata-se de uma caixa de som de favelado arrombado que paga sei lá 30 reais por isso em vez de um fone…

dj

Espera o próximo, trouxa

Empresa Real decepcionante, ainda mais no terminal, nem o fiscal liga pra isso mais… Perdi o ônibus naturalmente e me arrependi de não ter ido por Ipanema. Peguei o 524 e um monte de engarrafamentos (Barra e São Conrado nunca deixam de tê-los?)… “Até aí , tudo bem” disse o suicida ao passar pelo oitavo andar.” Vi uma Ferrari pela primeira vez na vida (foi na Barra). Na Jardim Botânico voou e fui caminhando do metrô até o Rio Sul, vendo a derrota do bairro de Botafogo, tão suburbão quanto a maioria dos bairros do rio (pichações, pagode de bar, cadeiras nas ruas, sinal vermelho ignorado) e não me fudi até a volta.

Já era “tarde” para quem leva 2 horas para chegar em casa e, para voltar, decidi ser malandro e usei o BOM metrô. A senhorita na estação botafogo me garantiu que haveria ônibus de integração ônibus x metrô e me deu o bilhete mais caro do metrô. Anotem isso. Na linha 1, vieram dois índios bolivianos e começaram a cantar aquelas músicas Radio Espantoso com uma animação inversamente proporcional ao necessário para 11 da noite. Mas a verdadeira face do lixo carioca veio na linha 2 (por algum motivo que eu não entendo pois não sou usuário do metrô, não havia trem direto pra Pavuna ontem, voltando àquilo que eu fiz da última vez em que peguei metrô: troca de carros no Estácio). Assim que entrei, havia um filha da puta dormindo usando dois lugares. Cutuquei, o cara do meu lado cutucou também, sacudimos e o filho da puta não acordou. OK, fica-se em pé feito um otário, mas ai outro desgraçado começou com musiquinha, fui pro lado oposto do vagão, não sem antes presenciar um terceiro babaca esperando a hora oportuna da porta do metrô abrir pra jogar lixo no chão por ela. Do outro lado, a neinzice só veio quase no final, somando dois DOIS imbecis tocando música alta num mesmo espaço e francamente, vocês acham que o carioca não é um povo porco?

“Eu acho!”

Chegando (finalmente) na estação Del Castilho/Nova América… CADÊ A PORRA DO 611… E nem o 614 tinha… Tomei no cu e pirei, felizmente estava acompanhado. O segurança da estação Del Castilho, por sinal, foi bem atencioso, mas ele não podia fazer nada quanto à cagada da senhorita na Estação Botafogo. Os ônibus já tinham parado de circular e ele me ofereceu liberar a catraca do metrô, eu até fui, mas logo desisti, voltar para o Centro ou Tijuca nessa hora teria sido o suicídio (eu tomo boas decisões se tiver sobre pressão e tempo pra pensar) e vazei da estação segundos antes dela fechar. Assim que saí, começou o tiroteio (você pode parar aqui se achar que é sacanagem, mas não é), não sabia o que fazer (nesse momento tava sozinho), mas decidi que meu santo é forte (ainda quando estava em Botafogo, pisei na rua pra atravessar e veio um carro voado do nada que quase me pegou), por e atravessei a passarela do trem (com o cu na mão) e quase coloquei o celular na cueca, mas felizmente não foi necessário. Fui até o Norte Shopping, peguei o 692 salvador e cheguei rapidinho na Freguesia (apesar das voltas dele na zona norte) e, depois, um 636 com música alta, naturalmente.

Então, mais uma vez fica ai o serviço de utilidade pública, se for pegar o ônibus do metrô 611 ou 614 (integração Jacarepaguá e Alvorada) depois das 10, melhor não arriscar e desistir.

Lixo

Não confie em quem te oferecer isso, é cilada, Bino!

Pois é, chega um momento que você se fode e perde o senso de humor, porque é demais já… E isso já aconteceu outras duas vezes esses dias, com o 732 que não pára na Pau Ferro e com o 693 que tava com vista de 691…